terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Pasta que não existe é recusada

Sondado para assumir o futuro Ministério da Pequena e Microempresa, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) avisou a seu partido que não quer uma pasta ´por fazer`. O recado foi repassado ao presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que iria se reunir com Valadares ainda ontem para tentar fazê-lo mudar de ideia. Campos se encontrará hoje com a presidente eleita, Dilma Rousseff, para acertar o espaço do PSB no governo. Por, enquanto, a sigla tem reservadas dois ministérios: Integração Nacional, com Fernando Bezerra Coelho (PE), e a Secretaria de Portos, para a qual um dos nomes cogitados é o do deputado Márcio França (SP), que ainda não está fechado.



Eduardo Campos: com Aécio Neves pró-governabilidade Foto: Aluisio Moreira/SEI
O Ministério da Pequena e Microempresa, conforme antecipou o Diario/Correio Braziliense, foi oferecido como uma forma de abrir vaga para que o presidente do PT, José Eduardo Dutra - suplente de Valadares -, possa assumir cadeira no Senado. Mas o PSB não despreza o cargo e considera importante o partido ajudar Dilma na construção dessa pasta. Uma das apostas é que esse ministério pode inclusive abrigar parte do Sistema S, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A ideia dos socialistas é ultrapassar o PMDB no papel de auxiliar do PT no governo Dilma. Ontem, em entrevista concedida durante o seminário de gestão pública promovido pelo partido, Eduardo Campos fez questão de marcar as suas diferenças com o PMDB. Perguntado sobre a disputa de candidatos a ministros, ele foi direto: ´Já tem muita gente atrapalhando e a Dilma não precisa de mais ainda. A nossa contribuição é de conteúdo, temos seis governadores que sabem muito bem a dificuldade que é formar uma equipe. Sabemos a importância de ter aliados que ajudam para compensar, às vezes, os que atrapalham`, ressaltou Campos. ´É um elogio ao PSB`, completou o governador pernambucano, quando um repórter quis saber se a declaração era uma crítica ao PMDB.

A grande ausência noevento do partido foi o deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Seu irmão, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), afirmou que ´Ciro está viajando e não deseja ser ministro`. 

Saúde
No Planalto, há quem diga que ele poderia ir para o Ministério da Saúde, que saiu da cota do PMDB. Mas o nome que voltou a subir nessa bolsa de apostas foi o do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que tem a simpatia de todos os partidos.

Da sua parte, Cid Gomes está mais preocupado com um pacto sobre governabilidade com todas as lideranças nacionais. Esse seria o mote do jantar de ontem entre Campos e o senador eleito de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB). ´Ouso e defendo chamar a oposição a definir temas em comum e fazer esse entendimento logo`, ponderou Cid Gomes.

"Já tem muita gente atrapalhando e a Dilma não precisa de mais ainda. A nossa contribuição é de conteúdo, temos seis governadores que sabem muito bem a dificuldade que é formar uma equipe"Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco 



Diário de Pernambuco