Noticias dia 13/05
Em entrevista ao Correio/Diario, o especialista em desastres aéreos William D. Waldock - da Universidade Embry Riddle (Arizona) - explicou que as crianças são mais leves e menores do que o sistema de assento do aeronave, desenhado especialmente para adultos. "Em 1987, um avião MD-82 da Northwest Airlines, caiu ao decolar de Detroit. O avião rompeu-se durante mais de um quilômetro, 155 pessoas morreram e uma garota de 4 anos sobreviveu", exemplifica. "Ela permaneceu presa ao assento, e corpos de adultos caíram sobre ela, protegendo-a do fogo", acrescenta.
No caso da tragédia de ontem, no entanto, Waldock suspeita que o menino estivesse sentado na parte traseira do A330-200. O investigador de acidentes lembra que a força do impacto geralmente é maior na frente da aeronave. "Ao analisarmos os dados sobre acidentes dos últimos 50 anos, vemos que a metade de trás do avião tem uma possibilidade levemente maior desobrevivência às forças de impacto. Por isso, as caixas-pretas ficam na cauda", comenta.
Segundo o jornal The Tripoli Post, o garoto holandês foi retirado da fuselagem do A330-200 inconsciente. Uma fonte revelou que o menino piscou e mexeu uma das mãos depois da cirurgia. Por sua vez, o cirurgião Sideq Ben Dalla disse que o paciente sofreu esquimose cerebral e era incapaz de mover todas as partes de seu corpo. Um representante da Embaixada da Holanda em Tripoli esteve no hospital durante a operação.
Causas - Para William Waldock, ainda é muito cedo para dizer o que causou o acidente. "As fotos do local da queda mostram uma significativa ruptura da aeronave, mas não muitos danos provocados pelo fogo. A cauda do Airbus A 330-200 parece mais ou menos intacta. Isso seria consistente com um impacto de ângulo raso. Os destroços parecem com os do avião da Delta que caiu, em 1985, em Dallas. É possível que o A-330 tentou pousar em um espaço curto demais, por alguma razão".
Diário de Pernambuco