sexta-feira, 2 de abril de 2010

Mãe de Isabella diz que cuidaria dos dois filhos do casal Nardoni

A mãe de Isabella Nardoni gostaria de abraçar Pietro e Cauã, filho de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, e disse que, se pudesse, cuidaria das duas crianças. Em entrevista nesta quinta-feira à rádio BandNews, Ana Carolina Oliveira afirmou que sente pena dos dois meninos. Alexandre Nardoni e Anna Jatobá foram condenados a 31 e 26 anos, respectivamente, pela morte de Isabella em 29 de março de 2008. Os filhos do casal estão com os avós maternos.
"Se eu pudesse, deixaria ele (Pietro) debaixo dos meus braços e o protegeria e cuidaria dele o tempo inteiro. Mas, infelizmente, isso não é do meu alcance. Ele tem a família dele, tem quem cuide dele. Mas tenho um carinho por ele", admitiu. Pietro é o filho mais velho do casal Nardoni e Jatobá.
Na entrevista à BandNews, Ana Oliveira disse que sentiu muito pelas crianças, que ficarão separadas dos pais. "O Pietro, com quem tive mais proximidade, eu gosto demais. Inclusive, um dia antes (do crime), ele esteve na minha casa. Gostaria demais de dar um abraço nele. Ele amava demais a minha filha e ela, a ele. O Cauãtambém, mas o Pietro, por ser mais velho, por termos mais contato, por poder falar, se expressar...", disse Ana Carolina.
O advogado de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá entrou com recurso nesta quarta-feira para tentar anular o julgamento. O advogado Roberto Podval informou apenas que o recurso foi impetrado no Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na Zona Norte.Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, Podval apresentou apelação e protesto por novo júri e pretende apresentar as suas razões oralmente ao TJ-SP.
Eles estão presos em penitenciárias de Tremembé, no interior de São Paulo. A menina morreu após ser esganada e jogada pela janela do sexto andar do prédio em que o pai morava, na Zona Norte da capital paulista. No início da semana, Roberto Podval informou que entraria com dois recursos: apelação e protesto por novo júri.
Ele entende que o protesto por novo júri é cabível, apesar da Lei 11.689 de agosto de 2008 ter abolido o direito de pedir novo júri em caso de penas iguais ou superiores a 20 anos de prisão. Há quem diga que o casal tem direito de ser levado a novo julgamento porque cometeu o crime em março de 2008, três meses antes de a lei entrar em vigor. Outros, no entanto, defendem que o que vale é a data do julgamento, e não a do crime e que a lei, por ser de conteúdo processual, tem efeitos imediatos.
Para a defesa do casal Nardoni, no entanto, a lei é mista, com mudanças processuais que afetam questões como a quantidade de pena, regida pela Código Penal. No entanto, Podval admite que a questão é polêmica e nova e vai depender do entendimento do STF.
Já a apelação será fundamentada em várias nulidades, que segundo o advogado do casal, existiram no julgamento. A maior delas, para ele, é o fato de a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, ter sido arrolada no processo ao mesmo tempo como testemunha e como assistente de acusação, o que pode motivar um novo julgamento. Podval, no entanto, afirmou que são pequenas as chances de o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidir favoravelmente ao pedido de um novo julgamento para o casal.


Diário de Pernambuco