terça-feira, 16 de março de 2010

Venda de música digital supera perda de CDs

Pela primeira vez, a venda de música digital superou a de CDs no Reino Unido. Segundo informou a PRS for Music (organização arrecadadora que cuida dos direitos autorais de 65 mil compositores, letristas e editoras britânicos), os rendimentos com royalties da música online em 2009 cresceram 72,7% (US$ 19,4 milhões) e chegaram a US$ 46 milhões — um aumento que acompanha uma tendência de toda a Europa. O total de direitos arrecadados foi de US$ 944 milhões — 2,6% a mais que em 2008, contrariando previsões de que a arrecadação cairia em 2009.

As vendas de formatos tradicionais (CDs e DVDs) tiveram uma perda considerável, caindo US$ 13,2 milhões. O crescimento digital e a redução do mercado físico são dois movimentos que têm marcado os últimos anos. O primeiro não vinha conseguindo anular o segundo, gerando um encolhimento da indústria fonográfica — até agora, como registra o relatório da PRS.

"O ano de 2009 ficou marcado pelo aumento na receita do mercado digital legal, compensando o declínio na receita dos CDs e DVDs tradicionais", disse Robert Ashcroft, executivo-chefe da PRS for Music, que lembrou que o digital ainda é uma parte pequena do mercado total.

Para a organização, a mudança indica um possível ponto de virada na história recende da indústria fonográfica. Mas ressalta que ainda pode ser cedo para determinar que ela retomará seu crescimento de forma definitiva.

A recuperação do mercado se deu no segundo semestre de 2009 — o relatório de janeiro a junho tinha marcado uma redução de 3%. O crescimento geral do mercado deveu-se a um aumento acentuado no consumo de música britânica fora do país — 19,4% a mais que no ano anterior, chegando a US$ 253 milhões.

"A próxima década promete um crescimento maior nos ganhos com o mercado digital legal, além do consumo de música britânica no exterior", afirmou o executivo-chefe da PRS for Music.

Internamente, o mercado britânico teve uma pequena queda, atingido por fatores como redução de receita publicitária e de rendimento com ringtones.

"Num ano difícil para todos nós, fico feliz em apresentar um pequeno crescimento no recolhimento de direitos autorais, permitindo que os criadores continuem fazendo a música que é ouvida e apreciada ao redor do mundo", disse Ashcroft. "Esse crescimento reflete nossos esforços para legitimar alternativas à pirataria digital", completou.


Diário de Pernambuco