O veredito do juiz Edilson Moura, da 1ª Vara Criminal de Petrolina, não apaga as memórias da tortura que diz ter sofrido, inclusive dentro da delegacia da cidade, mas ajuda amenizar a dor da perda do amigo e a injustiça que começou a ser reparada nesta quinta-feira. As contradições presentes no processo foram o que mais chamou a atenção do magistrado. “Se você pensar direito, não faz muito sentido. Em regra, ninguém tira o capacete para realizar um assalto. Muito menos para, sem capacete, entrar em um local a menos de dois mil metros do local do crime. É ilógico”, avalia. Também contou a favor dos rapazes o fato da arma e dos produtos roubados nunca terem sido encontrados.
O próprio Ministério Público, através do promotor Lauriney Lopes, alegou que não havia provas suficientes para alegar que os rapazes eram culpados do assalto. Além disso, ele afirma que não foi necessário reconstituir o crime para elucidar as contradições. “O inquérito do delegado da Homicídios (Jean Rockfeller) foi anexado nos últimos instantes ao processo e, nele, fica claro que os verdadeiros assaltantes ainda estão livres para realizar novos crimes”, afirma.
Diário de Pernambuco