Mais de R$ 3,6 milhões estão sendo investidos na promoção do Carnaval pernambucano. Com isso, a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) divulgou que espera receber, aproximadamente, 800 mil visitantes durante a Folia de Momo. Rio de Janeiro e Bahia, destinos que tradicionalmente atraem mais turistas, divulgaram, respectivamente, uma estimativa de 700 e 620 mil turistas. A diferença pode estar na forma de calcular os números. A metodologia de Pernambuco “infla” o número de visitantes.
“Nós também levamos em conta, por exemplo, alguém que saia do Recife e vá passar um dia em Bezerros. Através do conceito de interiorização, também é nosso objetivo fazer com que o pernambucano circule, fazendo com que o setor econômico do turismo ganhe cada vez mais força”, explica o presidente da Empetur, Gilberto Pimentel. Nem Rio nem Bahia contabilizam o fluxo interno.
O professor de economia da UFPE André Magalhães detalha a expectativa de movimentação turística. “Em Pernambuco, o número de turista de fora deve ser menor do que na Bahia e Rio de Janeiro. O Rio, por causa da publicidade com os Jogos Pan Americanos e as Olimpíadas, é o maior destino turístico do Brasil. E a Bahia devido à sua festa de massa, que é diferente do nosso Carnaval, mas que agrega muita gente”, afirma.
No entanto, André Magalhães faz uma ressalva: “Os números de Pernambuco podem ser mais expressivos porque incluem um fluxo interno. E que deve ser contado porque é um turista que também gasta dinheiro e movimenta o fluxo da região, apesar de ter um gasto médio diferenciado”, emenda.
Para o diretor de Promoção e Marketing do Ministério do Turismo, Márcio Nascimento, não há nenhuma incorreção em considerar o fluxo interno de turistas de um Estado. “O conceito da Organização Mundial do Turismo é de que todo deslocamento em que uma pessoa passe 24 horas fora de casa é considerado uma viagem de turismo”, esclarece.
Sobre o número de 800 mil turistas em Pernambuco no Carnaval, Márcio classifica o dado como impactante. “É um número elevado, levando em consideração que trabalhamos no Rio com uma média de 2 milhões de pessoas no réveillon. Preciso saber qual foi a avaliação feita para se chegar a esse número, que eu espero que esteja correto”, pontua. “Mas eu acredito no potencial turístico do Estado, que tem se consolidado na Região Nordeste, junto ao Ceará e à Bahia, como ícone turístico devido ao foco na promoção turística.
Jornal do Comércio